Saudações canábicas e antiproíbas!
Mais uma edição da Newsletter do Cannabis Monitor nos ares, com um pouco de atraso mas como sempre com aquela seleção de notícias e conteúdos canábicos relevantes, organizados pela nossa curadoria. Na NCM#48, trazemos os destaques do que rolou no universo da planta entre os dias 1º e 23 de setembro de 2023, nos campos dos Eventos, Política, Justiça, Ciência & Pesquisa e Mercado. Confira!
A Plataforma Brasileira de Política de Drogas é uma entidade que estimula o desenvolvimento de políticas que garantam a autonomia e a cidadania das pessoas que usam drogas, como o efetivo direito à saúde e ao tratamento em liberdade. É uma parceira e apoiadora do Cannabis Monitor.
Marco histórico: 1ª Expo Cannabis Brasil
Sem dúvidas, o grande acontecimento do universo canábico brasileiro das últimas semanas foi a realização da 1ª edição da Expo Cannabis Brasil. O primeiro mega evento canábico nacional aconteceu em São Paulo, dos dias 15, 16 e 17 de setembro, e reuniu, segundo a organização, mais de 22 mil pessoas oriundas de todas as 27 unidades federativas brasileiras e 11 países estrangeiros.
Completando dez anos de existência no país pioneiro da legalização da maconha no mundo, o Uruguai, o evento canábico considerado um dos maiores e mais importantes da América Latina, chegou ao Brasil superando todas as expectativas, com centenas de estandes, uma ampla diversidade de empresas, produtos e serviços, muitas palestras e rodas de conversas com profissionais, ativistas, pesquisadores, políticos e empreendedores altamente gabaritados no tema e na luta pela liberdade da planta e dos corpos no nosso país.
Com o propósito de ser uma plataforma de informação sobre cannabis, o evento apresentou de sementes a medicamentos, roupas a acessórios, parafernalhas para consumo a livros, cosméticos a apetrechos para cultivo, blocos de concreto a nutrientes e fertilizantes, associações de pacientes a escritórios de advocacia, consultorias em negócios à inúmeras formas de arte, de materiais educativos à NFTs, de testagem de substâncias à práticas de redução de danos e projetos educativos.
Para além de uma feira de negócios, o evento foi uma grande celebração da cultura canábica, com direito a lindas plantas de “alta periculosidade” na entrada (protegidas por uma forte estrutura de vidro) e até a uma mini Marcha da Maconha no último dia, que percorreu o pavilhão da exposição em cortejo bradando pela legalização.
O Cannabis Monitor esteve presente cobrindo tudo e teve a oportunidade de falar com muita gente foda desse meio e que faz a diferença nas suas áreas de atuação e nessa luta coletiva que estamos inseridos.
Entrevistamos organizadores, expositores, ativistas, pesquisadores, artistas, jornalistas, comunicadores, empreendedores e trabalhadores que estavam prestando serviços, da segurança à tradução de libras.
Para Fani Santos, ativista da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA) e do Movimento Negro, um evento deste porte, falando de maconha de forma tão ampla, era algo inimaginável no Brasil até alguns anos atrás ⬇️
É muito importante, para a atual política do Brasil, a atual conjuntura, a gente estar fazendo esse debate, em especial, nós pessoas faveladas, que somos os mais atingidos pela política proibicionista de guerra às drogas. Viemos pautar o feminismo antiproibicionista e o antirracismo, falar com essa galera e mostrar o nosso pensamento, que é radical, sim, botando o dedo na ferida. É legal, é importante a gente falar sobre cannabis, maconha medicinal, sobre o mercado da maconha, mas a gente não pode deixar de incluir os mais afetados pela proibição e nós estamos trazendo esse debate aqui pra dentro. - Fani Santos
Para a antropóloga e ativista mexicana, Polita Pepper, criadora da Cannativa e uma referência do ativismo canábico e feminista na América Latina, foi emocionante vivenciar esse momento no Brasil. Ela participou da mesa sobre reparação histórica e social por meio da planta ⬇️
Estou profundamente emocionada com o que estou vivendo hoje no Brasil. Acho que isso vai mudar a geopolítica da cultura canábica na América Latina inteira. É muito importante o Brasil ter conquistado este espaço, neste lugar, com tanta gente na primeira edição. Eu acho que isso representa um antes e um depois e eu fico muito emocionada de fazer parte dessa história. O que a gente está tentando conquistar e está fazendo aos poucos, é o reconhecimento da dignidade do que a gente é. Porque isso aqui não é outra coisa senão a nossa cultura. E a gente tem que viver essa cultura com a dignidade que hoje estamos vivendo aqui, não merecemos nada menos do que isso. - Polita Pepper
Mediador da mesma mesa, o advogado Joel Luiz Costa, diretor do Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), ressaltou a importância do evento, mas não deixou de enfatizar os desafios e particularidades que envolvem a disputa por uma legalização justa no Brasil ⬇️
Isso já começa muito grandioso, o que é muito bom, marca o avanço do debate no Brasil, mas também traz uma grande reponsabilidade que é, como isso vai seguir? Qual é o caminho que este espaço vai construir e direcionar o debate, que é muito amplo. Estamos aqui falando da cannabis, por uma perspectiva comercial, medicinal, de uso recreativo, várias vertentes, mas é preciso deixar muito marcado a responsabilidade social e histórica que esse debate traz em um país como o Brasil. - Joel Luiz Costa
Vereadora de Campinas/SP, a jovem e combativa Paolla Miguel (PT-SP), se disse encantada com o que viu e chamou a atenção para a necessidade de avanços urgentes na legislação de modo a viabilizar todo o potencial deste setor, que esteve tão visível na feira ⬇️
Achei muito organizado, muitas palestras trazendo muita informação para a população, muito diverso, desde quem fala da perspectiva medicinal, passando pela veterinária, odontológica, jornalística, gráfica, uma diversidade sobre como a indústria pode se beneficiar da cannabis. Acho que essa é a primeira nesse modelo, formato e tamanho, e nós saímos daqui com um sentimento gratificante de saber que é possível a gente discutir e trabalhar com isso de forma legal. - Paolla Miguel
O advogado Emilio Figueiredo, co-criador da Rede Reforma, chamou atenção para o fortalecimento de uma ética do mercado brasileiro da cannabis, que alie o desenvolvimento do setor com justiça e reparação social ⬇️
Isso aqui é um tapa na cara da hipocrisia da sociedade brasileira. Algo que é considerado proibido está sendo amplamente debatido, comercializado, difundido aqui, em uma desobediência civil gigante, em sintonia com o que já acontece na América Latina, no Uruguai, na Argentina. A gente precisa fazer uma legalização com coerência sócio-histórica, que não esteja descolada dessa realidade das periferias, favelas e quebradas. Se esse evento está acontecendo, é graças à resistência que essas pessoas fizeram nesses territórios. A gente precisa agora enaltecer essas pessoas, reparar os danos da proibição, mesmo que à revelia do governo. Toda iniciativa que envolva maconha no Brasil tem que ter essa consciência e essa prática. Tem que fazer algo por quem está na periferia e fez a resistência da maconha no Brasil nos últimos séculos. - Emilio Figueiredo
Larissa Uchida, organizadora do evento, se disse muito satisfeita com a entrega e com os feedbacks, tanto dos expositores quanto do público, e valorizou demais o fato do evento ter conseguido unir todos os setores, algo que nunca havia acontecido na história do Brasil, envolvendo as indústrias, os ativistas e o terceiro setor, com um resultado equilibrado ⬇️
Só o fato da gente conseguir realizar uma feira dessas no Brasil já tem um impacto imenso. Isso em um espaço de eventos que é mais tradicional, coisa que nunca tinha acontecido. Teve muito público aqui que nem sabia nada sobre cannabis. E é justamente esse público que queremos atingir, e mostrar todo esse potencial que existe. Acredito que a feira contribui para que esses assuntos sejam mais falados e debatidos e essa é a proposta. Queremos ser uma plataforma de informação sobre a planta e mostrar pro mundo inteiro que o Brasil é sim candidato a ser um dos principais países do mundo na área da cannabis. A feira foi um sucesso, queremos repetir em 2024 em um espaço muito mais amplo. Pensamos em mais que dobrar o tamanho da feira e mostrar cada vez mais o poder e o potencial que esse mercado tem aqui no Brasil. - Larissa Uchida
“Nada sobre nós sem nós”
Uma novidade positiva do evento, foi a presença de um estande colaborativo de organizações da sociedade civil que reuniu a diversidade de abordagens sobre reparação e política de drogas. Com a presença da Plataforma Brasileira de Política de Drogas (PBPD), a Iniciativa Negra, a Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa), a Elas Existem, o Coletivo Movimentos, o Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), a Reparação Social-Histórica e Acesso (RSHA) e Associação Canábica Instituto Pacheco (ACIP), o espaço distribuiu informativos, brindes e muita conscientização social aos que por ali circularam. Membros de todas essas instituições participaram de mesas tanto no Fórum Internacional quanto na Arena do Conhecimento, marcando posição e demandando que não existe caminho para a legalização no Brasil sem falar de reparação para os mais afetados pela política proibicionista de guerra às drogas ⬇️
Pra pegar a visão de maneira bem cristalina sobre esse debate, leia o excelente artigo da Juliana Gonçalves, especialista em comunicação do Observatório da Branquitude, para a Revista Gama: O fumo de negro que virou cannabis de branco ⬅️⬇️
A criminalização do fumo, assim como foi feito com o samba, a capoeira e as religiões de matriz africana, foi e é uma forma de apagamento cultural, contribuindo para um extermínio. A proibição da maconha está ligada a uma perseguição contra pessoas negras e a um projeto de nação que desejava ser embranquecida - Juliana Gonçalves
Minidoc
A equipe do Cannabis Monitor entrevistou quase 50 pessoas nos 3 dias de evento e, como sempre, voltamos pra casa transformados pelo tanto de aprendizados que absorvemos nessas trocas, além de muito felizes com a receptividade e o carinho da galera com o nosso trabalho.
Em breve, lançaremos pelos ares nosso mini documentário dessa cobertura histórica da 1ª edição da Expo Cannabis Brasil. Aguardem e confiem!
+ da Expo
Feira de produtos e cultura ligada à maconha atrai milhares de visitantes em SP (Folha de SP);
Brasil recebe Expo Cannabis em meio a debate sobre maconha (Estado de Minas);
E teve flor! Com a presença de Eduardo Suplicy, primeiro dia da Expocannabis Brasil é um sucesso absoluto (Weederia);
Curso de cultivo, acessórios e uso medicinal: o que tem na Expo Cannabis SP (Veja);
Setor de cannabis realiza 1ª feira de negócios no país de olho em mudança na legislação (CNN Brasil);
Feira internacional em São Paulo destaca potencial bilionário da indústria da cannabis no Brasil (Mídia Ninja);
Cannabis Medicinal é destaque do Fórum Internacional da ExpoCannabis (Apepi);
Um giro no primeiro dia da feira Expo Cannabis Brasil (Apepi);
Setor de cannabis organiza 1ª Expo no Brasil de olho em mudança na legislação (Terra);
Enquanto uns se lambuzam, outros lambem os beiços
Uma semana antes da Expo Cannabis Brasil, um evento canábico que seria realizado em Campinas/SP foi cancelado devido a perseguição de um vereador conservador. A 1ª edição da We Expo seria realizada no dia 9 de setembro em um espaço de 10 mil metros quadrados na cidade do interior paulista. Assim como a Expo Cannabis, a programação do evento contava com diversas palestras com ampla variedade de temas e exposição de produtos. O evento teve o alvará indeferido a pedido do vereador Nelson Hossri (PSD) junto à Secretaria Municipal de Urbanismo do município para que a feira fosse proibida. Em ofício enviado à pasta, Hossri mencionou a legislação do município que dispõe sobre as regras para a realização de eventos. Em vídeo publicado nas redes, o tosco afirmou ⬇️
“Eu já havia antecipado, enquanto eu estiver vereador nesse município, não iria permitir festa com esse tema. É um absurdo. Apologia ao uso de drogas em Campinas, de forma alguma. Não permito isso e busquei todas as autoridades”.
Saiba mais na matéria da Smoke Buddies.
Pacheco, o Patético
O destaque na política, infelizmente, ficou por conta do papel ridículo que o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), abraçou numa tentativa patética de queda de braço com o Supremo Tribunal Federal (STF) em torno do debate sobre a descriminalização do porte de maconha para consumo próprio. Pacheco, em harmonia com os terraplanistas mais escrotos do congresso, protocolou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para considerar como crime a posse e o porte de drogas, sem autorização, independentemente da quantidade. A PEC propõe a inserção de um inciso no artigo 5º da constituição (aquele que garante a inviolabilidade do direito à LIBERDADE, entre outros) com o seguinte texto ⬇️
A lei considerará crime a posse e o porte, independentemente da quantidade, de entorpecentes e drogas afins sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
A PEC já nasce inconstitucional, mas a configuração atual do Senado e da Câmara, infelizmente, favorece o avanço da matéria e um grande potencial de show de horrores para os bolsonaristas ávidos por lacração nas suas redes…
Saiba mais nas matérias de O Globo, Valor Econômico, Folha de SP, Estadão, Congresso em Foco, Opinião CE e DCM.
Federal
Ministro da Defesa, José Múcio, endurece sanções contra militares usuários de drogas (Metrópoles);
Congresso se aventura no terreno do retrocesso para enfrentar STF (Folha de SP);
Associação chama Haddad para liberar cannabis retida pela Receita Federal (Folha de SP);
Em audiência na Câmara, políticos debatem uso medicinal da maconha (Agência Brasil);
Comissão de Legislação Participativa debate regulamentação da cannabis para fins medicinais (Agência Câmara de Notícias);
Debate sobre a regulamentação dos ‘vapes’ avança no Senado (Veja);
É uma contradição importar remédios à base de cannabis, diz ministro (Poder 360);
AGU vai notificar secretário da Segurança Pública de SP por publicação que associa apreensão de drogas ao presidente Lula (G1);
Osmar Terra produz fake news para associar epidemia de opioides à maconha (Smoke Buddies);
Deputado defensor da liberação das armas promove moção de repúdio à Expo Cannabis Brasil (Smoke Buddies);
Após ganhar ministério, PP aprova diretrizes contra aborto, liberação de drogas e volta do imposto sindical (O Globo);
Ministério oficializa duas organizações do Recife para o Conselho Nacional de Políticas de Drogas (Folha de PE);
Estadual
Diagnosticado com Parkinson, Eduardo Suplicy trata com Cannabis e vira ativista da planta (Revista Fórum);
Eduardo Suplicy: entenda como funciona o tratamento com cannabis medicinal para Parkinson (O Globo);
Deputado alagoano vai à Paraíba conhecer projeto pioneiro na produção de cannabis no Brasil (Jornal de Alagoas);
Uema participa do lançamento da Frente Parlamentar em prol da Cannabis Medicinal (UEMA);
Secretário de Segurança de SP publica foto de maconha com adesivo de Lula (Folha de SP);
Assembleia Legislativa do Maranhão realiza audiência pública para debater uso da cannabis para fins medicinais (Alema);
Gestão Tarcísio cogita tratar usuários de droga em unidade criada para Champinha (Folha de SP);
Municipal
Prefeitura quer proibir por lei a realização da ‘Marcha da Maconha’ em São José dos Campos (SPRio+);
De forma inédita, Búzios começa a distribuir óleo de cannabis medicinal pelo SUS (G1);
Ilhéus abraça a medicina moderna: Câmara aprova política municipal de fornecimento de remédios à base de canabidiol (Ilhéus Eventos);
Vereador quer carteirinha para quem faz tratamento com maconha medicinal em Goiânia (Mais Goiás);
Câmara discute incentivo a pesquisas com cannabis medicinal em Goiânia (Câmara de Goiânia);
Sábado transformador: Búzios avança na cannabis medicinal com programa inovador (Prefeitura de Búzios);
Prefeito de Sorocaba usa entidade sem autorização em campanha contra maconha (Folha de SP);
Cinco meses depois, pais ainda aguardam repasse da prefeitura por remédio à base de cannabis para filho com autismo: ‘Frustrante’ (G1);
Vereador de Piracicaba diz que universidade vai criar ‘maconheiros comunistas’ e deputada responde (Sampi);
Prefeitura de Salvador inaugura Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas e empossa conselheiros (Bahia.ba);
Internacional
Reviravolta política, a Itália aponta novamente o CBD como um narcótico (Sechat);
Departamento de Saúde dos EUA recomenda reduzir restrições à maconha (Folha de SP);
Países ricos doaram mais para guerra às drogas do que para combate à fome (Brasil de Direitos);
Nações civilizadas lidam com a Cannabis com naturalidade’ (Folha de SP);
Não vamos repetir as guerras sangrentas às drogas, diz presidente da Colômbia, Gustavo Petro (Poder 360);
Drogas: Oregon, nos EUA, e Portugal deram passos bem mais amplos do que aquele que o STF analisa no Brasil; entenda (Jornal Nacional);
Coreia do Sul acusa soldados dos EUA no país de tráfico de maconha sintética (Folha de SP);
STJ confirma Habeas Corpus como o caminho
A 3ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu em julgamento que a justiça pode conceder salvo-conduto para o cultivo doméstico de cannabis para fins medicinais. A decisão confirmou o entendimento de outras turmas de que plantar maconha para extrair óleo de uso medicinal não configura crime. Por maioria de 6 votos a 2, os ministros garantiram o direito aos pacientes, uma vez que estes não têm o intuito de produzir entorpecentes, além de estarem amparados por prescrições médicas e autorização de importação da Anvisa. A decisão é uma vitória para os pacientes. Saiba mais nas matérias do STJ Notícias, Conjur, Le Monde Diplomatique e Cannalize.
O Advogado da Rede Reforma, Erik Torquato, fez um vídeo bastante didático para explicar a decisão, confira ⬇️
+ de Justiça
STF invalida lei do Tocantins que cria cadastro de usuários de drogas (Migalhas);
Evento debate Judicialização da cannabis medicinal (TRF3);
Decisão do STF sobre maconha não resolverá a guerra às drogas (ES 360);
Juiz do Amazonas defende que maconha precisa de regulamentação legislativa (Cenarium Amazônia);
STJ revoga prisão preventiva de homem detido com 385 gramas de maconha (Carta Capital);
‘Ganhou, playboy!’: O standard probatório no crime de tráfico de drogas (Conjur);
Quantidade de droga não afasta tráfico privilegiado, reitera Dias Toffoli (Conjur);
STF, traficantes e usuários de drogas (Estadão);
Alguns gramas de reflexão: STF, maconha e oportunidades (Folha de SP);
Para criminalistas, decisão do STJ sobre canabidiol é convite ao Poder Legislativo (Conjur);
70% dos processos por tráfico de drogas são semelhantes: sem antecedentes, pouca droga e sem ligação com facção (O Globo);
Drogas: Quanto custa proibir?
Moradores de favelas têm prejuízo anual de R$ 14 milhões como consequência da "guerra às drogas", é o que aponta a 4ª etapa do projeto de pesquisa Drogas: Quanto custa proibir, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), que tem como propósito debater sobre os impactos da proibição e da guerra às drogas com dados e análises inéditas em quatro frentes de trabalho: segurança e justiça, educação, saúde e território.
Intitulada Favelas na mira do tiro: Impactos da Guerra às Drogas na Economia dos Territórios, a quarta e última etapa do projeto mede, através de dados, o tamanho dos prejuízos provocados pela violência do Estado para moradores de favelas e periferias
Entrevistamos 800 moradores dos complexos da Penha e Manguinhos, ambos na Zona Norte do Rio de Janeiro, territórios com a maior incidência de tiroteios envolvendo agentes de segurança entre junho de 2021 e maio de 2022, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. Também ouvimos relatos de todos os 303 comerciantes e prestadores de serviços da Vila Cruzeiro e Mandela de Pedra, favelas com mais registros de tiroteios nesses complexos.
Somados os prejuízos na renda por dias de trabalho perdidos e o custo de reparo/reposição de bens individuais destruídos durante operações policiais, o valor total das perdas é de aproximadamente R$14 milhões para todos os moradores dos complexos. Os comerciantes e prestadores de serviços tiveram uma perda de 34,2% do faturamento, que adicionada aos custos de reparo/reposição de bens danificados acarretou em um prejuízo total de R$2,5 milhões por ano. Baixe o relatório completo aqui e saiba mais no site do projeto e na matéria do Brasil de Fato.
É tudo a mesma planta
Segundo o DataFolha, 72% dos brasileiros diz ser contra uso recreativo de maconha, enquanto 76% é a favor do uso medicinal da planta. O instituto entrevistou 2.016 maiores de 16 anos, nos dias 12 e 13 de setembro, em 139 municípios de todo o Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Um total de 85% declarou ter certo conhecimento sobre o assunto, com 32% dizendo estar bem informados, 42% mais ou menos e 11% mal informados. Outros 13% afirmaram desconhecer o tema completamente, e 2% preferiram não opinar.
1 de cada 5 brasileiros com mais de 18 anos diz já ter fumado maconha alguma vez na vida. Uma parcela bem menor, de 5% da população que é maior de idade, afirma que fuma a substância atualmente. A grande maioria (78%) diz que nunca fumou.
Saiba mais nas matérias abaixo
Uso medicinal da maconha tem apoio de lulistas e bolsonaristas, segundo Datafolha (Folha de SP);
Maioria diz ser contra uso recreativo de maconha, mas a favor do medicinal, segundo Datafolha (Folha de SP);
1 em cada 5 brasileiros diz já ter fumado maconha, aponta Datafolha (Folha de SP);
Metade dos brasileiros diz que usaria LSD ou Ayhuasca para tratamento médico, diz Datafolha (Revista Fórum);
Uso medicinal da maconha é aprovado por 76% da população brasileira, indica Datafolha (Brasil de Fato);
Três em cada dez réus por tráfico no Brasil afirmam portar droga para uso pessoal, diz estudo (GZH);
+ de Ciência & Pesquisa
Projeto de extensão da Unifesp apresenta notícias científicas sobre os canabinoides no YouTube (Unifesp);
Congresso multidisciplinar debate cannabis para fins medicinais (UFS);
A influência da maconha na qualidade do sono (Folha de SP);
70% dos processos por tráfico de drogas são semelhantes: sem antecedentes, pouca droga e sem ligação com facção (O Globo);
Uso combinado de tabaco e cannabis é associado a altas taxas de depressão e ansiedade (Galileu);
Inovação em cannabis medicinal: UFSC e associação de pacientes selam parceria histórica (Sechat);
Pacientes com distonia melhoram com cannabis inalada, segundo estudo (Cannalize);
Pesquisadora afirma que é possível tornar método de extração da cannabis mais seguro, preciso e confiável (Sechat);
Maconha e Enxaqueca (Sechat);
Como o CBD combate a inflamação: pesquisa demonstra mecanismo de ação (Sechat);
Estudo: canabinoides menos conhecidos podem ajudar a pele contra dermatite, psoríase e acne (Sechat);
Novo estudo da UFFS aponta benefícios do óleo à base de Cannabis para tratamento de doenças neurodegenerativas (Jornal Bom Dia);
68% avaliam que as ações na cracolândia não resolvem o problema (Folha de SP);
Canadá: 92% da cannabis ilegal contêm pesticidas (Sechat);
Autismo: extrato de cannabis adaptado melhora tratamento, diz estudo (Metrópoles);
Hub quer financiar projetos de cannabis e psicodélicos
Um grupo de ativistas e empreendedores acaba de lançar a Cannadelic, um hub de arte digital com o objetivo de financiar projetos de impacto social sobre cannabis e psicodélicos no Brasil. O projeto, que foi lançado na Expo Cannabis Brasil, quer fomentar projetos socioambientais, de reparação histórica e antiguerra às drogas por meio de votações comunitárias, em busca de mudanças positivas na política de drogas brasileira.
Queremos usar a web3.0 para ao mesmo tempo fortalecer a comunidade em torno da cannabis e psicodélicos e apoiar financeiramente projetos de pessoas e locais atingidos pela violência da guerra às drogas - Emilio Figueiredo
O acesso ao grupo é feito através da compra de arte digital com lastro de conteúdo. Chilling Frog é a primeira coleção de obras de arte, que estão à venda a partir de R$ 300. São 420 gravuras únicas assinadas pelo artista @Nielk_m, artes digitais que poderão ser adquiridas através de e-mail com pagamento por pix ou via carteira digital (wallet).
Saiba mais nas matérias da Psicodelicamente e Revista Empreende.
+ de Mercado
Qual é o tamanho do mercado de cannabis? (Agrolink)
Sementes de maconha no Brasil: legais ou ilegais? (Poder 360)
Pacientes que usam flores de maconha temem ficar entre a farmácia e o tráfico (Folha de SP);
Países ricos doaram mais para guerra às drogas do que para combate à fome (Brasil de Direitos);
Ações do setor de cannabis tomam fôlego após pedido de reclassificação de risco nos EUA; é hora de investir? (InfoMoney);
Mercado Bitcoin lista primeiro token focado no cultivo sustentável de cânhamo do Brasil (Cointelegraph Brasil);
Marca europeia do setor de cannabis lança franquias no Brasil (Veja);
EUA: fundo compra transformadora atuante no cultivo de maconha (Plásticos em Revista);
Uruguai pode legalizar a venda de maconha a turistas estrangeiros (IG Último Segundo)
EUA: cannabis medicinal leva família do Brasil a faturar até US$ 20 mi (Metrópoles);
Após Amsterdã, qual será a nova capital do turismo de cannabis? (Nat Geo);
Cannabis tem potencial de R$ 10 bi no Brasil, mas expansão esbarra nos custos (Band);
Novo extrato de cannabis chega às farmácias do país (Sechat);
Token uruguaio com lastro em medicamentos à base de cannabis será lançado no dia 15 (Valor Econômico);
Colchão de maconha, existe? (Dicas de Colchões);
Ações de cannabis têm melhor semana desde 2020 (Panorama Farmacêutico);
Canadá: 92% da cannabis ilegal contêm pesticidas (Sechat);
Nos Estados Unidos, cannabis já substitui culturas tradicionais (O Globo);
Plantio de maconha em casa tem levado a blecautes de energia em cidade na Espanha, diz empresa (O Globo).
🎙️Confira os episódios mais recentes publicados no Podcast Maconhômetro ⬇️
No Maconhômetro Ciência, Yuri Motta e Marcos Veríssimo recebem os pesquisadores Luana Martins e Frederico Policarpo para um papo sobre o lançamento do livro Maconha: Erva boa para pensar. Publicado pela editora Autografia, o livro reúne artigos sobre o tema de pesquisadores e pesquisadoras do Núcleo de Pesquisas sobre Psicoativos e Cultura (Psicocult/UFF), que é parceiro institucional do Cannabis Monitor na realização do Maconhômetro Ciência. Confira e fique por dentro ⬇️
No Maconhômetro Debate #28, Kya Mesquita comanda um papo sobre o universo dos eventos canábicos e, mais especificamente, sobre a 1ª edição da Expo Cannabis Brasil. Ela recebeu a Larissa Uchida, organizadora da Expo Cannabis Brasil, a Mercedes Ponce de León, organizadora da Expo Cannabis Uruguai e o Thiago Pereira, geógrafo, professor e pesquisador do departamento de Turismo da UERJ. Confira e fique por dentro ⬇️
E adivinha doutor, quem tá de volta na praça? Canabiton ressurgiu das brasas trazendo de volta o Maconhômetro Notícias, nossa audionews com aquele apanhadão sincero dos destaques do noticiário canábico das últimas semanas. Confira ⬇️
Agenda Emergencial pelo fim da Guerra às Drogas no Brasil. Clique no banner ⬆️ e saiba mais sobre a campanha da Plataforma Brasileira de Política de Drogas e Iniciativa Negra por Uma Nova Política de Drogas!
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