Saudações antiproibicionistas!
Após uma parada nesta virada de ano pra botar a cabeça no lugar, refrescar as ideias e não ficarmos mais zuados do que somos, estamos de volta com a Newsletter do Cannabis Monitor, trazendo uma seleção de notícias e conteúdos canábicos relevantes, organizados pela nossa curadoria nessas primeiras semanas de janeiro. Vamos que vamos pra mais um ano acompanhando de perto tudo que circula sobre o universo da maconha no Brasil e no Mundo! 🚀
Na NCM#53, você encontra os destaques do que rolou no universo da maconha entre os dias 1º a 15 de janeiro de 2024, nas áreas da Política, Ciência, Justiça, Esportes e Cultura. Tivemos mais embates retóricos entre congresso e supremo, cidades catarinenses multando usuários, SP regulamentando a lei de acesso à medicamentos com cannabis, os principais jornais do país se posicionando em editoriais sobre a regulamentação, Equador em crise com o narcotráfico, importantes pesquisas e avanços no campo científico, dados sobre a atuação do STJ em 2023 sobre crimes relacionados às drogas, UFC liberando a ganja pros lutadores, 1ª exposição no Museu Brasileiro da Cannabis e muito mais… Confira!
Assina essa edição: Gustavo Maia (Cannabis Monitor)
Contribuíram: Ingryd Rodrigues (Comunicannabis) e Tati Diniz (PBPD).
A Plataforma Brasileira de Política de Drogas é uma entidade que estimula o desenvolvimento de políticas que garantam a autonomia e a cidadania das pessoas que usam drogas, como o efetivo direito à saúde e ao tratamento em liberdade. É uma parceira e apoiadora do Cannabis Monitor.
Arthur Lira marca posição na Câmara contra decisões do STF 🧻
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a autoridade do Congresso para legislar sobre questões polêmicas, como o aborto, a descriminalização das drogas e o marco temporal. Lira rejeitou a ideia de que o Congresso seja passivo, argumentando que a decisão de não legislar é, por si só, uma escolha legislativa. As tensões entre o Legislativo e o STF aumentaram, com o Senado aprovando uma emenda constitucional contra decisões individuais do tribunal. O Congresso também propôs a criminalização de todas as drogas em resposta à possível descriminalização pelo Supremo.
O Congresso Nacional, às vezes, quando decide não legislar, ele está legislando. Não abre espaço para que outros Poderes o façam. Se você tem um Congresso eleito para aquele período temporal, de 4 anos na Câmara e 8 anos no Senado, aqueles são os representantes da população para aquele período. Aqueles receberam a autorização, a procuração popular para representá-los nas suas decisões", afirmou Lira.
Saiba mais nas matérias da Folha de SP, Poder 360, Correio Braziliense, Diário do Poder, CNN Brasil e Carta Capital.
Cidades catarinenses criam multa para usuários de drogas 🤦🏻♂️
O prefeito de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, Fabrício Oliveira (PL), propôs um projeto de lei à Câmara de Vereadores para multar em R$ 412 pessoas flagradas usando drogas em locais públicos. O valor da multa pode dobrar em casos de flagrantes próximos a estabelecimentos de ensino, hospitalares, entre outros. O PL, considerado inconstitucional por juristas, foi aprovado em regime de urgência e está em vias de ser sancionado. Outras cidades da região também aprovaram leis semelhantes, como Porto Belo e Itapema. A lei será aplicada por fiscais de posturas, ou guardas municipais, que também serão os responsáveis pela apreensão das drogas para análise, passando a ser empoderados como força policial, inclusive com gratificação por essa atuação. Os críticos argumentam que o papel do município deveria ser fornecer assistência social e não exercer os papéis de repressão e punição. Na contramão de todas as melhores tendências internacionais, a lei é considerada ineficaz e pouco provável que dissuada o consumo de drogas na região. Saiba mais nas matérias da Ponte Jornalismo, Revista Fórum e NSC Total.
SP finalmente regulamenta acesso gratuito à cannabis 📑
A regulamentação da lei que concede acesso gratuito à cannabis medicinal no Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo foi finalmente publicada após quase um ano de atraso. Inicialmente, a lei proporciona acesso à terapia com cannabis para pacientes com formas raras de epilepsia e esclerose tuberosa. Contudo, a decisão do governo de restringir o acesso a essas condições específicas limita o impacto potencial da lei na saúde dos brasileiros. A distribuição dos medicamentos à base de cannabis será realizada pelas farmácias especializadas do estado, assim que o processo de compra for concluído, com a esperança de beneficiar os pacientes elegíveis nos primeiros meses de 2024. O atraso na implementação da lei decorreu da necessidade de análise e desenvolvimento de diretrizes básicas por um grupo de trabalho, e o regulamento não introduz novas disposições além das anteriormente discutidas pelo grupo, apesar de estudos científicos comprovarem a eficácia dos derivados da cannabis no tratamento de diversas condições, como depressão, insônia e dor oncológica crônica. Saiba mais nas matérias da Folha de SP, Agência Brasil, Governo de SP, Portal G1, JOTA, CNN Brasil e Veja.
A Grande Imprensa se posiciona 🗞️📰
O jornal O Globo publicou em 1º de janeiro um editorial destacando o crescimento significativo no uso de cannabis para fins medicinais no Brasil, com um aumento de 130% no último ano, chegando a 430 mil pacientes que a utilizam para tratar condições como epilepsia e dor crônica. No entanto, o veículo critica o fato da maioria dos produtos ser importada, resultando em custos elevados e acesso limitado, e também o fato do cultivo ser proibido, o que leva à dependência de ordens judiciais para a garantia do acesso. O Globo também chama a atenção para a falta de regulamentação e padronização no país, apesar de alguns estados já terem aprovado leis para fornecer cannabis medicinal pelo SUS. O editorial enfatiza a importância de uma abordagem séria e sem preconceitos sobre o tema, reconhecendo a necessidade de enfrentar o assunto de maneira cautelosa e sensata, destacando que ignorar as demandas legítimas da sociedade não é uma solução. Leia o editorial completo aqui.
Já a Folha de São Paulo destacou, também em editorial, a tendência global de legalização do uso de compostos derivados da cannabis para fins medicinais. O jornal afirma que, no Brasil, projetos de lei estão em andamento para permitir a comercialização de produtos farmacêuticos contendo cannabis e estabelecer uma política nacional para o fornecimento desses medicamentos, ressaltando que alguns estados e municípios já aprovaram leis para garantir esse acesso pelo SUS. No caso de São Paulo, a Folha destaca a promulgação da lei que permite a distribuição de cannabis medicinal, embora critique a limitação à apenas três casos específicos, uma vez que pesquisas indicam a eficácia dos canabinoides para diversas condições clínicas. O editorial finaliza destacando a importância de garantir o acesso a produtos com evidências científicas, além de sugerir a padronização do uso de CBD no SUS nacionalmente para evitar fragmentação e caos no sistema. Leia o editorial completo aqui.
Equador no foco da guerra às drogas 🎯
O pesquisador Thiago Rodrigues, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense, publicou um artigo para o portal The Conversation Brasil explorando a atenção voltada para a crise de segurança pública deflagrada no Equador nas últimas semanas, após fugas de narcotraficantes, ataques e atentados de facções criminosas ao governo do presidente Daniel Noboa. Em resposta, Noboa declarou Estado de Emergência, rotulou grupos de tráfico de drogas como organizações terroristas e autorizou intervenção militar. Segundo o pesquisador da UFF, o Equador segue a tendência latino-americana de adotar uma abordagem militarizada na guerra contra as drogas, alinhando-se com estratégias apoiadas pelos EUA, historicamente ineficazes:
É importante, porém, reparar nas contradições fundamentais da “guerra às drogas” e como elas estão visíveis no Equador de hoje. O modelo militarizado de combate ao narcotráfico jamais chegou próximo da sua meta oficial de “destruir” o tráfico de drogas. As décadas de war on drugs provocaram o que a literatura especializada denomina de “efeito balão”: quando a repressão endurece em um país ou região (uma ponta do balão/bexiga é apertada), as atividades do narcotráfico se deslocam para outros espaços (a outra ponta da bexiga infla). O multibilionário negócio das drogas ilegais, quando confrontado com a repressão, não se enfraquece, mas se aprimora e sofistica. Os “peixes pequenos” são eliminados, enquanto os “peixes grandes” crescem ainda mais, se internacionalizam e passam a influenciar a política e a economia de muitos países. - Thiago Rodrigues, no The Conversation Brasil
A localização estratégica do país e sua economia dolarizada o tornam um alvo atrativo para cartéis internacionais de drogas, resultando em aumento da violência e taxas de homicídios elevadas. Rodrigues argumenta que as medidas repressivas podem temporariamente reduzir a violência, mas não abordarão as dinâmicas subjacentes do comércio de drogas, deixando o país vulnerável a futuros ciclos de expansão e violência. Leia o artigo completo do Thiago Rodrigues aqui e saiba mais sobre a crise do Equador nas matérias do UOL 1, UOL 2, Jornal Nacional, Portal G1, BBC Brasil e O Globo.
+ de Política
Federal
Relator de proposta sobre cultivo de maconha medicinal no Conad ouvirá países como Portugal e Bélgica (Folha de SP);
CFM quebra silêncio e responde perguntas sobre Cannabis (Cannabis & Saúde);
Saúde do DF ignora a Justiça e não oferece tratamento com canabidiol (Metrópoles);
“Ninguém precisa se drogar com a maconha para ter canabidiol”, diz Osmar Terra (Sechat);
Estadual
Projeto na Alego prevê proibição do uso de drogas em locais públicos (ALEGO);
15 estados já aprovaram distribuição gratuita de maconha medicinal pelo SUS (Diário do Sertão);
Sem regulamentação pelo Governo do Estado, política de uso medicinal de Cannabis se mantém inacessível no SUS em Alagoas (Mídia Caeté);
Municipal
Prefeitura de Limeira-SP contrata por R$ 1,4 mi empresa para fornecer remédios à base de Cannabis (e-Limeira);
Projeto que visa impedir Marcha da Maconha em Taubaté-SP recebe pareceres contrários (JP Sampi);
Prefeitura de Mandaguari-PR distribuiu cerca de R$ 30 mil em cannabis medicinal à autistas (GMC online);
Impactos da multa por uso de drogas em espaços públicos em Itapema-SC na política de drogas (Cannabis Medicinal);
SMS de Uberaba atende pacientes que pediram na Justiça por remédios derivados da Cannabis (JM Online);
Praia de SC intensifica abordagens com multa para usuários de drogas (Sul in Foco);
Vice-prefeito flagrado com armas, drogas e dinamites tem prisão convertida em preventiva na Bahia: ‘Grande risco’ (O Globo);
Internacional
Maconha legal gera quase meio milhão de empregos nos EUA (O Cafezinho);
Eliminação do registro de compradores aquece debate sobre o futuro da cannabis no Uruguai (Sechat);
Primeiro ministro de São Cristóvão e Névis diz que a maconha é um “potencial catalisador para mudanças positivas” (Smoke Buddies);
Leis de proteção aos trabalhadores que consomem maconha entram em vigor em dois estados nos EUA (Smoke Buddies);
Gana legaliza cultivo de maconha para fins medicinais e industriais (Smoke Buddies);
Ministério da Saúde da Espanha se prepara para regularizar uso de cannabis medicinal (Sechat);
Cannabis por entrega na Argentina: é legal? Como funciona? (Sechat);
Nos EUA, Biden concede perdão para condenados por maconha em territórios federais (Sechat).
Bairros ricos são imunes à repressão na política de drogas 💰
Pesquisa do IPEA revela que entradas policiais em domicílios em busca de crimes relacionados às drogas são realizadas principalmente em bairros com população predominantemente negra e de baixa renda, enquanto bairros mais ricos e de maioria branca são virtualmente imunes a essas buscas. Analisando dados de 5 cidades do Brasil, o estudo constatou que 91% das buscas ocorreram em bairros mais pobres, com 84,7% dos moradores sendo predominantemente negros. Em contrapartida, não foram registradas buscas domiciliares em bairros com rendimentos médios mais elevados. Os pesquisadores argumentam que essa disparidade destaca a marginalização de determinados territórios e o tratamento diferenciado com base na raça e na renda. O estudo também levanta preocupações sobre a falta de critérios objetivos para essas buscas e o potencial de abuso de poder. Diante disso, os pesquisadores defendem orientações e fiscalizações mais rigorosas por parte de instituições como o Judiciário, Ministério Público e advogados de defesa para prevenir abusos nas ações policiais. Saiba mais na matéria da Ponte Jornalismo e acesse a pesquisa completa aqui.
Autoridades de saúde dos EUA querem flexibilização na classificação da maconha 🌱
Cientistas e instituições federais dos Estados Unidos estão considerando reclassificar a maconha com base em uma revisão científica de 250 páginas. Atualmente classificada como droga de Classe I, a proposta sugere reclassificá-la como droga de Classe III, comparável a substâncias como cetamina e testosterona sintética. A revisão conclui que a maconha é menos arriscada e menos propensa ao abuso em comparação com outras substâncias controladas, reconhecendo potenciais benefícios médicos. A FDA aconselhou a reavaliação, mas a decisão final ficará a cargo da DEA após período de comentários públicos. Tensões surgiram entre funcionários conservadores da DEA e defensores da reclassificação. Os defensores da indústria da maconha veem isso como uma legitimação do negócio, enquanto alguns especialistas permanecem cautelosos, apontando para possíveis riscos não totalmente captados em estudos de longo prazo. O presidente Joe Biden apoiou a reavaliação, citando desproporção nas prisões de negros e hispânicos. A maconha é legal para uso medicinal em 38 estados e recreativo em 24 estados, mas a perspectiva federal tem sido controversa, com tentativas anteriores rejeitadas pela DEA em 2016, que detém a autoridade final na classificação da droga. Saiba mais na matéria do jornal O Globo.
Farmacologia e Toxicologia dos canabinoides 🩺
Estão abertas as inscrições para o curso Farmacologia e Toxicologia dos Canabinoides, disciplina optativa do curso de Medicina da FCM - Unicamp, aberta aos alunos da Unicamp e alunos/profissionais externos da área da Saúde, Medicina Veterinária e Ciências Biológicas. O curso tem duração de 3 meses e acontecerá todas as terças-feiras, das 18h às 20h, nas modalidades presencial e EAD. As aulas passarão pela Farmacologia básica (farmacocinética e farmacodinâmica), indicações e aplicações clínicas e toxicidade dos principais canabinoides de uso social e terapêutico. A data limite para inscrições de alunos externos é 27/02. Para se inscrever, clique na imagem abaixo ⬇️
Ensaios clínicos sobre cannabis disparam no mundo 🩻
De acordo com um estudo da Prohibition Partners, o número de ensaios clínicos envolvendo medicamentos à base de cannabis aumentou impressionantes 650% nos últimos 12 anos. Os EUA lideram a produção de ensaios clínicos, seguidos pelo Reino Unido, Canadá e Israel. Estes ensaios são cruciais para compreender os benefícios e potenciais efeitos colaterais dos medicamentos à base de cannabis, com muitos deles focados na utilização de canabinoides para aliviar a dor e tratar perturbações mentais e doenças neurodegenerativas. Além disso, os investigadores estão explorando canabinoides menos conhecidos e seus efeitos no corpo. O CBD é particularmente objeto de numerosos ensaios clínicos devido ao seu processo de aprovação mais fácil em comparação com o THC. Os investimentos na indústria da cannabis se estendem para além da medicina, abrangendo agrotecnologia e registros de patentes. O mercado de produtos farmacêuticos à base de cannabis atingiu US$ 1,11 bilhão em 2023, com vendas expressivas nos EUA, dominadas por alguns produtos como Epidiolex, Dronabinol e Sativex. As vendas de medicamentos à base de cannabis são projetadas para crescer 23% até 2027. Saiba mais na matéria do Cannabis & Saúde.
Estudo aponta a cannabis como promissora na prevenção ao Covid-19 😷
Um estudo recente publicado no Journal of Clinical Medicine sugere que a cannabis pode reduzir a suscetibilidade e a gravidade das infecções por COVID-19. Os canabinoides demonstraram prevenir a entrada viral, mitigar o stress oxidativo e aliviar tempestades de citocinas associadas à doença. Os estudos indicaram redução na gravidade da COVID-19 com o uso de cannabis, mas é preciso cautela na generalização desses resultados para SARS-CoV-2. Algumas pesquisas ressaltam que o canabidiol (CBD) pode inibir a infecção por COVID-19, enquanto ácidos canabinoides no cânhamo bloqueiam etapas críticas do processo de infecção viral. Saiba mais na matéria da Smoke Buddies.
Sobreviventes do câncer tiveram sucesso com cannabis ✌🏽
Estudo publicado no Journal of Cancer Survivorship destaca o impacto positivo do uso da cannabis no tratamento de sobreviventes do câncer. Participantes que utilizaram cannabis relataram alívio significativo em sintomas como distúrbios do sono, dor, estresse, náusea e transtorno de humor/depressão. Cerca de 20% usaram cannabis especificamente para tratar o câncer, com metade deles percebendo melhorias significativas nos sintomas relacionados à doença. Metade dos participantes considerou a cannabis útil em grande medida, indicando uma percepção positiva em relação ao seu uso no tratamento. A pesquisa também destaca a falta de consciência sobre os potenciais riscos à saúde relacionados ao consumo de cannabis durante o tratamento do câncer, sublinhando a urgência de conscientização e diálogo entre profissionais de saúde e pacientes. Saiba mais na matéria do Sechat.
+ de Ciência & Pesquisa
Explorando o potencial terapêutico do CBD em doenças vasculares (Cannabis & Saúde);
Incidência de psicose não aumentou com a legalização da maconha, mostra estudo canadense (Smoke Buddies);
Canabinoides menores: novas tendências de uso de CBG e CBN nos EUA (Cannabis & Saúde);
Evidências científicas confirmam a eficácia da cannabis medicinal (Cannalize);
Estudo revela baixa incidência de efeitos adversos em tratamentos com Cannabis (Cannabis & Saúde);
Fumar maconha antes do treino torna o exercício mais prazeroso, segundo estudo (Smoke Buddies);
O ressequenciamento do genoma completo em grande escala desvenda a história da domesticação da Cannabis sativa (Sechat);
Alzheimer: o potencial da Cannabis no tratamento da doença (Cannabis & Saúde);
Ano começa movimentado para a medicina psicodélica (Folha de SP);
Potencial terapêutico da Cannabis e o câncer: panorama geral e principais estudos (Cannabis & Saúde);
Laboratório do Estado do Paraná busca parceiros na área de Cannabis para uso medicinal (BONDE);
Tratamento do transtorno de personalidade borderline e a cannabis medicinal como alternativa (Sechat);
Alunos do ensino médio dizem que a maconha é mais difícil de acessar após a legalização para adultos, mostra estudo canadense (Cannabis.com.br).
STJ anulou quase 1000 provas por invasão ilegal de domicílio em 2023 ❌
Em 2023, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) invalidou provas em 959 casos de invasões ilegais de domicílios por policiais sem autorização judicial, estabelecendo jurisprudência para evitar violações de direitos. A maioria dos casos (812) envolveu especificamente invasões domiciliares, enquanto outros incluíram revistas pessoais, revistas em veículos e ações de guardas municipais. A análise rigorosa do STJ e a necessidade de comprovação escrita ou em vídeo da autorização de residência geraram conflitos de jurisprudência, levando o debate ao Supremo Tribunal Federal. O STJ invalidou provas em diversos cenários, incluindo casos baseados em denúncias anônimas, suspeitas de tráfico de drogas e justificativas frágeis para invasões domiciliares. O tribunal também reconheceu que situações como a entrada autorizada do morador ou a presença de armas de fogo podem justificar uma invasão domiciliar. Apesar dos esforços, a questão das invasões domiciliares sem autorização judicial continua predominante, resultando em casos encaminhados ao Ministério Público para investigação de potenciais abusos de autoridade. Saiba mais na matéria do Consultor Jurídico.
Projeto social ajuda a libertar presos por maconha nos EUA ⛓️
Nos Estados Unidos, o Last Prisoner Project busca angariar fundos para libertar indivíduos detidos por posse e uso de maconha, defendendo anistia para aqueles condenados por esses delitos, que agora são descriminalizados em muitos estados. O presidente Joe Biden concedeu indultos a mais de 6.500 prisioneiros federais condenados apenas por porte de maconha. Além da libertação, o projeto oferece suporte financeiro, aconselhamento jurídico e auxílio à reintegração dos indivíduos encarcerados por crimes relacionados à cannabis. Embora o uso de maconha seja legal para fins recreativos ou medicinais em vários estados, o projeto destaca a paradoxal situação de milhares de pessoas ainda presas por posse. Com campanhas nas redes sociais, o projeto mobiliza o apoio público para pressionar o presidente Biden e governadores estaduais a concederem clemência, arrecadando mais de 2,8 milhões de dólares para assistência e apoio na transição do sistema de justiça criminal. Em colaboração com parceiros da indústria de cannabis, a iniciativa busca aumentar a conscientização e advogar pela liberdade. Saiba mais na matéria da Smoke Buddies.
Tráfico de drogas lidera os processos criminais no STJ em 2023 ⚖️
Em 2023, as ações criminais predominaram nos casos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com destaque para o tráfico de drogas como o assunto mais frequente, seguido por homicídio qualificado e roubo majorado.
Entre janeiro e novembro, o STJ recebeu 43.117 processos que tratam do tema, mais que o triplo dos casos de homicídio qualificado, que ocupam a segunda posição do ranking, com 13.670 — quase o mesmo número dos processos envolvendo roubo majorado (13.529), que ficaram na terceira colocação. - Consultor Jurídico
O Ministério Público de São Paulo foi o principal litigante no STJ durante o ano. O Estado de São Paulo contribuiu significativamente, respondendo por 37,44% do total de casos recebidos pelo tribunal. Notavelmente, em aproximadamente 73% dos casos, o STJ manteve as decisões da corte de origem. Saiba mais na matéria do Consultor Jurídico.
+ de Justiça ⚖️
Mera prática do crime não justifica preventiva, decide desembargador (ConJur);
Política antidrogas: avanços e permanências de 2023 (ConJur);
Justiça de Rondônia concede salvo conduto para cultivo de cannabis a paciente que sofre com ansiedade e depressão (Tudo Rondônia);
STJ facilita acesso à cannabis medicinal ao conceder salvo conduto (Migalhas);
STF e STJ alinhados na descriminalização e cultivo individual de maconha (Migalhas);
UFC tira a maconha do seu programa antidoping 🥊
O Ultimate Fighting Championship (UFC) implementou uma nova política antidoping, destacando-se pela retirada da maconha da lista de substâncias proibidas. A decisão baseia-se na falta de evidências científicas de que a maconha melhore o desempenho atlético ou mascare o uso de drogas que aprimorem o desempenho. Essa medida segue uma tendência observada em outros esportes e órgãos reguladores que consideram eliminar punições para atletas com maconha em testes de doping.
O UFC alega buscar o melhor e mais progressivo programa antidoping no esporte profissional, destacando os avanços dos últimos oito anos e a manutenção de um programa de testes de drogas administrado de forma independente. O objetivo é assegurar que todos os atletas do UFC encontrem circunstâncias justas e iguais para competir. Saiba mais na matéria do UOL Esporte, Lance!, Mídia Ninja e CNN Brasil.
Museu Brasileiro da Cannabis realiza sua 1ª mostra
A Associação Abrace Esperança, da Paraíba, inaugurou a Exposição Brasileira de Cannabis em seu museu, em João Pessoa. A mostra inclui obras de vários artistas brasileiros, abrangendo artes visuais, vestuário e peças do acervo da Abrace, com o propósito de destacar os benefícios medicinais da cannabis e desafiar preconceitos sociais.
A exposição, que recebeu numerosas inscrições, visa promover a educação, alterar percepções sobre a maconha e gerar impacto social, uma vez que a entrada é a doação de 2kg de alimentos não perecíveis, que serão destinados a um hospital local. Saiba mais nas matérias do A União, Smoke Buddies, Sechat, Cannabis & Saúde e Portal Cannabis Medicinal.
🎙️Confira os episódios mais recentes publicados no Podcast Maconhômetro ⬇️
No Maconhômetro Ciência, Marcos Veríssimo e Yuri Motta, recebem para uma conversa a médica veterinária Carollina Mariga, que é graduada, mestre e doutoranda UFSM, especialista em clínica de pequenos animais e terapia canábica. com pesquisa publicada sobre o uso da cannabis no tratamento de dermatite atópica canina. Neste episódio ela nos fala sobre a sua trajetória acadêmica, seu campo de estudos e trabalhos desenvolvidos, além das suas referências de pesquisa e culturais, entre outras brisas... Confira e fique por dentro ⬇️
No Maconhômetro Debate, Kya Mesquita, media um papo sobre a muito alardeada e polêmica vacina anti-cocaína e crack, que está sendo desenvolvida no Brasil pela UFMG. Para aprofundar, contextualizar e compreender melhor esse rolê todo e seus atravessamentos, por uma perspectiva antiproibicionista, ela recebe as brabíssimas Maria Angélica Comis e Andrea Gallassi, pesquisadoras e ativistas especialistas no tema. Confira e fique por dentro ⬇️
No Maconhômetro Educação, os professores e pesquisadores do GPED/UERJ, Francisco Coelho & Maria de Lourdes da Silva recebem para uma troca a cientista social, Regina Figueiredo, que é mestre em Antropologia da Saúde (USP) e doutora em Saúde Pública (USP), com atuação no grupo de implementação da Linha de Cuidado da Adolescência e Juventude do SUS-SP e na produção de materiais educativos em saúde. Confira e fique por dentro ⬇️
No Maconhômetro Aperta o REC, Marcio Makana recebe os ativistas e empreendedores, Diva Sativa & Yago Rosa, representando a Kamah, um projeto
antiproibicionista de comunicação e educação canábica, que produz uma Zine de distribuição gratuita (Kamahzine), uma festa 420 (Bagachic), eventos de rodas de conversa (Butequim da Kamah), entre outras iniciativas... Neste papo, eles compartilham a história do projeto, seus propósitos e principais ações, produtos e estratégias, entre outras brisas... Confira e fique por dentro ⬇️
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